
Sélestat, na Alsácia , foi uma das minhas expedições de final de semana. Situada entre Colmar (22 km) e Strasbourg (47 km), essa pequena era uma das que estava na minha lista para explorar. Fui adiando, não porque não quisesse conhecer nem por achar pouco atraente, mas pela passagem de trem saindo de Mulhouse (onde eu morei por um ano) custar, ida e volta, 36 euros. Alguma coisa, contudo, me chamava até lá e fui só descobrir quando cheguei. Conto então aqui como que foi e ainda tudo o que fazer em Sélestat, na Alsácia !

História de Sélestat, Alsácia
Essa é uma cidade do nordeste da França a 17 quilômetros do Reno e da fronteira da Alemanha. Sua população é de aproximadamente 20 mil habitantes, o que para a Alsácia – pasmem – é um número relevante. Na Idade Média e no Renascimento foi a terceira maior da região, depois de Strasbourg e Colmar, e está classificada hoje nessa posição como patrimônio cultural da região.

Sélestat foi fundada no século VIII e teve então um longo período de prosperidade graças ao comércio de vinho e sua vida religiosa e cultural. Foi, gradualmente, declinado depois da Reforma e da conquista francesa, ocorrida no século XVII. Hoje é um destino importante da Alsácia, por mais que todos os guias não a classifiquem como estando entre os mais importantes locais. É importante destacar que existe uma lenda que conta que o vilarejo foi fundado por um gigante chamado Sletto, do qual derivaria o nome alemão Schlettstadt, apontando a possibilidade de existência de um agrupamento desde o período Neolítico.

Como chegar à Sélestat, Alsácia
Cheguei de trem vindo de Mulhouse, mas existem conexões com Colmar e Strasbourg, por exemplo. Minha saída da estação para o centro só teve sucesso graças ao Google Maps. Não existe qualquer sinalização no entorno explicando o caminho para a cidade. Na frente da estação, contudo, estão diversos ônibus de turismo, incluindo o que leva para o famoso Europark e o que vai para o castelo de Haut-Koeningsbourg. Eu, contudo, desconhecia essa possibilidade. A falta desse tipo de divulgação é o que faz o turismo na região ser muito concentrado no deslocamento em carro. Ou seja, você pode tanto de carro quanto de trem e esticar para esses destinos!

O que fazer em Sélestat, Alsácia
Chegando ao centro, como usual em várias cidades das redondezas, o escritório de turismo estava fechado. Não funciona aos finais de semana. Então não contem muito com ele… Mas a sinalização e um mapa que está em frente a esse órgão nos ajudam a identificar tudo o que tem ao redor. A principal atração está bem pertinho de lá: a Biblioteca Humanista, ou Bibliothèque Humaniste. Duas igrejas medievais, uma linda torre de relógio e ruas bem fofas também fazem parte do circuito turístico.

Biblioteca Humanista
O primeiro lugar que entrei foi o principal ponto turístico: a Biblioteca Humanista, patrimônio da Unesco desde 2011. Recentemente reformada e, portanto, ainda com cheirinho de tinta, ela oferece uma das mais antigas coleções de manuscritos medievais e renascentistas do mundo! O destaque fica para o acervo de Beatus Rhenanus, um famoso humanista e reformador alemão, e da antiga escola de latim, na qual ele e outros reformadores estudaram por volta de 1500.

Esse museu tem uma curadoria muito boa. As obras estão bem conservadas, dispostas de forma a contar uma bela trajetória da história da educação, da reforma protestante, bem como da história do livro e das gráficas. Fiquei, portanto, encantada. Aliás, vale destacar que o registro da menção mais antiga a uma árvore de Natal está em um documento de 1521 exibido dentro da Biblioteca!
O prédio em si já é bem interessante e está agora conservadíssimo. A lojinha tem itens delicadamente escolhidos e vou dizer que é a melhor para livros de arte para crianças que já vi. Por isso, encontrei exemplares e brinquedos incríveis que não tinha visto em nenhum outro museu da França.

Mas vamos falar do acervo do museu! Lá está um exemplar do Cosmographiae Introductio, o livro com a mais antiga menção sobre a América, além de um documento de 1521 com o mais antigo registro de uma árvore de Natal. Correspondências de Beatus e livros ilustrados artesanalmente com cor também integram as maravilhas. É muito bacana respirar todo aquele astral de uma região muito importante para a Reforma e também para a história das gráficas, pois esse mercado desabrochou em Strasbourg. Foi, portanto, uma verdadeira aula pra mim!

Arredores da Biblioteca
Ao lado da Biblioteca Humanista está a catedral e um museu dedicado ao pão – afinal, a Alsácia é o lugar da pâtisserie! É muito fácil dar uma caminhada gostosa pelos arredores. Depois de visitar a principal atração da cidade, aproveite então para rodar e se perder nas lindas ruas como essa abaixo!

Quanto tempo dedicar à Sélestat
O meu passeio não durou muito. A cidade é pequena. Assim, em duas horas eu já tinha visitado toda a cidade e sentado para tomar um sorvetinho artesanal. Não acho que seja mais bonita que Colmar, Strasbourg, Kaysersberg ou Riquewihr, mas a biblioteca fez esse dia valer muito! Minha recomendação? Não faça uma grande volta para ir até Sélestat, mas certamente vale uma parada na Biblioteca Humanista no caminho para Haut-Koeningsbourg ou num deslocamento entre Colmar e Strasbourg e vice-versa.
Mais detalhes de como chegar e sair de Seléstat
Se não estiver de carro, vá de trem pela ferrovia que liga Paris a Basel passa pela cidade. O trajeto dessa ferrovia é: Paris, Strasbourg, Sélestat, Colmar, Mulhouse e Basel. De carro, escolha passar saindo de Strasbourg ou Colmar pela A-35. Saindo de Strasbourg de carro, a sequência de cidades fofas é Obernai, Sélestat, Ribeauvillé (que não gosto muito), Riquewihr, Kaysersberg e Colmar. Passando a fronteira da Alemanha, Offenbourg e Freiburg estão perto.
Onde se hospedar na Alsácia
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Confira também:
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